SEGUINDO A VIDA...

PEDINDO licença ao mestre faço minhas suas sábias palavras, para explicar por quais caminhos este blog segue;
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma /Com toda a cama, com toda a lama /Mesmo com o nada feito, com a sala escura /Com um nó no peito, com a cara dura /Não tem mais jeito, a gente não tem cura /Mesmo com o todavia, com todo dia /Com todo ia, todo não ia /Mesmo com toda cédula, com toda célula /Com toda súmula, com toda sílaba /A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !
vamos levando essa vida...

domingo, 12 de junho de 2011

HI LILI HI LO ! Por que sou LILI! ... Antes de que existisse Cordel Encantado

Essa è da Pré –história de minha vida...
Quando eu estava com  uns 6, 7 anos de idade, já era viciada em televisão (não tinha internet... acreditem!), já dando indícios de  que seria uma pessoa  de paixões intensas e fã de belas histórias. Assisti em uma sessão da tarde um filme que me impressionou muito e passou a me perseguir ao longo de minha vida, não conseguia encontra-lo e ele nunca mais foi reprisado. Leslie Caron e Mel Ferrer eram os protagonistas, e foi o primeiro par romântico da ficção a ganhar meu coração.
Já fui assim!

Em poucas palavras (até parece que eu consigo!) era a história de uma jovem de 16 anos, órfã de mãe, que morava no interior da França, e subitamente perde o pai. Sem casa, sem amigos ou parentes, a jovem, Lili, sai de sua cidade e vai para a capital buscar abrigo com um amigo do pai, um padeiro, mas como azar é pouco para nossa heroína, chegando lá descobre que ele morreu, o lojista ao lado oferece casa, comida e um emprego a jovem...

Mel Ferrer é o que está sentado, primeiro olhar primeiro impacto!

Já no primeiro dia a oportunidade de emprego se mostra uma furada...  A menina é salva por um jovem e  cavalheiro e seus amigos, demitida, sem ter para onde ir e encantada pelo seu herói loiro, ela passa a segui-lo pelas ruas.




O jovem galante herói é o magico de um circo que está na cidade, seus amigos são responsáveis  pelo show de marionetes  do circo, um deles (nosso verdadeiro mocinho, é o  personagem de Mel Ferrer )
Chegando ao circo o mágico penalizado e envaidecido pelas atenções da moça, consegue um emprego de garçonete para a jovem. É um desastre,  ela é demitida na primeira noite. O magico promete ajuda-la (ele está com segundas intenções )



Lembram  do nosso amigo dos bonecos, pois bem, ele é um ex-dançarino famoso eu ficou na manco por causa da guerra (2º. Guerra Mundial), é um verdadeiro ogro, mal humorado, amargurado, e desconta  sua amargura advinha em quem? Nas nossa doce e ingênua mocinha, apaixonada pelo mágico loiro, cafajeste.
Em uma bela tarde a jovem procura o rapaz para revelar suas emoções, em momento de moral o magico a manda embora... (ninguém sabe mas ele é casado com sua assistente de palco)
Com o coração quebrado, sem emprego, parentes, dinheiro ou qualquer esperança, a jovem pega sua mirrada malinha e inicia uma melancólica subida no trapézio, sua intenção é clara: suicídio... (dramático!)

Eis que de repente, na noite deserta e silenciosa do circo, surge uma voz que a chama, é um boneco ... Desconfiada ela desce do mastro e vai até o boneco iniciando uma conversa, em seguida ela é apresentada a uma bailarina da nobreza, uma raposa larápia e sedutora e a um ogro covarde ( CONFESSO: é mágico, ou pelo menos foi a 1ª. Vez que assisti, já consegui o filme a santa internet tem tudo!)









Em pouco tempo atraídos pela estranha conversa os artistas do circo levantam para ver o que esta acontecendo. Eis que vem ela a canção que marcou a minha vida, e que em algum momento alguém já ouviu...

Um passarinho me ensinou
Uma canção feliz
E quando solitário estou
Mais triste do que triste sou
Recordo o que ele me ensinou
Uma canção que diz:
Eu vivo a vida cantando
Hi, Lili, hi, Lili, hi lo
Por isso sempre contente estou
O que passou, passou
O mundo gira depressa
E nessas voltas eu vou
Cantando a canção tão feliz que diz
Hi, Lili, hi, Lili, hi lo
Por isso é que sempre contente estou
Hi, Lili, hi, Lili, hi lo
A pequena Lili se torna uma estrela, seu primeiro pagamento é gasto em doces e bonecas (sério... doces e bonecas). O número é um sucesso, nosso herói luta contra seus traumas e a paixão platônica pela heroína, que não está nem aí para ele...






Mas ela descobre o engodo, descobre que os bonecos são só bonecos (Oi?), descobre que o mágico é casado, pior descobre que quem manipula os bonecos é o ogro mal humorado ...



Zangada, magoada, desiludida ela decide ir embora do circo, pega sua malinha mirrada, e parte por uma longa estrada rumo ao desconhecido e das fantasias, sonha que esta na companhia de seus amados bonecos em tamanho natural, mas todos eles se transformam  em  Mel Ferrer (esqueci o nome do personagem!)



 o amor na década de 50 era representado através de números musicais... Todo mundo dançava...

Então ela percebe que o ama e corre desesperada ao encontro de seu verdadeiro amor... Beijo, abraço... Final Feliz.

Quem está manipulando esses bonecos? a cena final é arrepiante! Os marionetes aplaudindo o encontro do casal, mas quem os manipula?


Esse filme me perseguiu por mais ou menos 28 anos, fiquei tão impressionada que passei a exigir que as pessoas me chamassem de Lili... Como eu já disse depois de todos esses anos ano passado consegui,  o tal de filme e o assisti de novo...
Não fiquei tão impressionada quanto a primeira vez... Me senti até um pouco decepcionada, um pouco triste, pois percebi que a inocência, aminha e a do mundo havia ido embora, em que momento... Não sei...
Na época me identifiquei com a personagem, eu queria ser Lili, acho que por que mesmo ela tendo 16 anos, sua idade mental era parecida com a minha (6 ou 7 anos)... Inocente, ingênua até um pouco boba...
Tá confesso a cena com os bonecos ainda me emociona, mas agora minha simpatia e para com o ogro... Simpatizo com todas as paixões platônicas, e por todos que sofrem por amor...
Aqueles bonecos era a única forma de que ele tinha para demonstrar o carinho e o amor que sentia pela garota (ele é bem mais velho, não é feio, mas o magico é bem mais bonito, manco e amargurado, na sua autocritica ele nada tinha a oferecer  a jovem...)

É engraçado como nossas percepções mudam conforme o tempo avança, quando criança simpatizava com a garota, adulta simpatizo com  ele  e sua percepção distorcida de si mesmo.
E todos nós em algum momento de nossas vidas já passamos por isso... Gostaríamos de ser diferentes, mais alto, mais baixo, mais magro, mais bonito, mais rico, mais inteligente... E a lista é grande... Na verdade ela é interminável e não há espelho nesse mundo que faça com que possamos ver a realidade a nossa frente, qualquer detalhe nos parece umas aberrações da natureza esquecem  que o que verdadeiramente importa é o que as pessoas não podem ver... Apenas sentir... Caráter, generosidade, dignidade, respeito,  a incrível capacidade de simplesmente amar, de se entregar apesar dos medos, apesar dos poréms... Mas a verdade é que tem dias ...
Sabe aquele dia que você não suporta olhar no espelho?  Sabe aquela dúvida sobre suas qualidades?... Quando nem o Brad Pitt levanta o seu moral (no meu caso Dwayne Jhonson) , pois é quem já não passou por esse dia?
Pensando bem... se ele vier assim até que eu fico animadinha...
PS = revi o filme o nome do personagem do Mel Ferrer é Paul.