SEGUINDO A VIDA...

PEDINDO licença ao mestre faço minhas suas sábias palavras, para explicar por quais caminhos este blog segue;
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma /Com toda a cama, com toda a lama /Mesmo com o nada feito, com a sala escura /Com um nó no peito, com a cara dura /Não tem mais jeito, a gente não tem cura /Mesmo com o todavia, com todo dia /Com todo ia, todo não ia /Mesmo com toda cédula, com toda célula /Com toda súmula, com toda sílaba /A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !
vamos levando essa vida...

terça-feira, 12 de julho de 2011

CORDEL ENCANTADO: Errar é humano: mais humano ainda é atribuir o erro aos outros. Anton Tchekhov

Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência.
Augusto Cury

Hoje eu estou um pouco aborrecida... Consegui segurar meu aborrecimento até aqui, esse é meu limite.
Eu fico aqui no meu cantinho, eu e meus botõezinhos pensando, não sou lá uma grande pensadora, até abandonei a faculdade de Filosofia depois de um ano, era muito pensamento para minha cabeça ( tá não foi bem por isso, mas não vem ao caso), mas as vezes eu tenho surtos pensativos.
Eu e meus botõezinhos chegamos a uma conclusão: Minha hipermetropia deve ser mais grave do que eu e o meu oftalmologista havíamos suposto, o grau do óculos que minha bolsa usa ( sim ele está sempre na bolsa) deve ser maior do que foi diagnostico, é a única forma de explicar o por que eu costumo ver coisas que os outros não vem, ou pior ainda quando vemos a mesma coisa, a minha percepção é sempre meio que distorcida, isso é uma hipermetropia galopante. É claro que existem algumas exceções ( não é Patrícia?). Meus botõezinhos acreditam que eu devo ter algum desvio no meu cortéx cerebral, que distorce minha interpretação sobre aquilo que vejo.
O pior de tudo é que como boa ariana que sou, eu quebro a cabeça, mas não pare de bate-la contra o muro. Vocês sabem né ? Quanto mais se contraria um ariano, mais ele insiste numa ideia. E vamos combinar, eu estou contrariada...
É por isso que eu estou aqui de volta, outra vez, novamente e sabem por quem? Augusto...
Meus botõezinhosme fizeram uma pergunta esses dias: por que ninguem vê o lado do Augusto ? Por que nunca ninguém nunca se coloca no lugar dele ? E por que é tão dificil ter empatia por tudo o que ele passou ou passa ?( ok! Não foi apenas uma  pergunta, meus botõezinhos assim como eu quando começam a falar não param mais)
Botõezinhos queridos, eu não sei e não entendo... Suspeito que o fato dele ser rei, europeu, rico, bonito e branco, tenham algo a ver com isso. Significa para algumas pessoas que ele não é digno e não  merece, dó, compaixão ou compreensão.
Chocados os botõezinhos querem saber: _Mas isso não é uma espécie de preconceito ?
É sim botoezinhos, por mais surpreendente que possa parecer tambem é preconceito, julgar um livro pela capa, sem antes conhecer seu interior é sim uma forma de preconceito, e a consequência disso geralmente é nos fazer perder boas histórias.
Tirando sua aparência e riqueza, o que encontraremos é apenas um homem, um ser humano que já passou por poucas e boas (ou muitas e mas, depende do ponto de vista), mas que ao contrário do resto dos seres humanos ditos normais, nunca pode exteriorizar seus medos e fraquezas, suas dores e perdas.
Vejam bem geralmente quando estou com raiva eu chuto ou quebro algo, quando frustrada eu grito e xingo, quando triste choro mais que bezerra desmamada. E ele? Quando nesses últimos vinte anos lhe foi permitido fazer algo sequer parecido?
É claro que ele não é perfeito, quem nesse mundo de meu Deus é? Comete erros monumentais, catastróficos, o que é normal para qualquer ser humano que esteja vivo, ele erra sim, como qualquer outra pessoa, a diferença é que enquanto nos outros há sempre o perdão, seus erros são justificáveis, em algumas situações até romantizados, e vistos como atos heróicos, de imensa humanidade (os outros sempre são humanos por isso passíveis de erros), os erros de Augusto servem de pregos para sua crucificação. Ele não pode errar... NUNCA... A ele é negado aquilo que nóos seres humanos fazemos tão bem: errar.
Augusto passou os últimos vinte anos, guaradando para sí seus sentimentos de dor e perda, impavido sempre foi a estrutura que manteve os que o cercam e dependem dele, deu a eles tranquilidade para seguir em frente diante das crises, não desmoronou, pelo menos não no seu exterior, por que por dentro a solidão e a tristeza o consumia.
Guerra, a suposta morte do irmão, a perda da esposa amada, por quem teve que travar ardua batalha para ter ao seu lado, o desaparecimento da filha ainda bebê, a morte de seus sonhos de felicidade.
Quando as coisas pareciam se encaminhar para um final feliz, nada é o que parecia, a filha o rejeita, o novo amor... (tenho que pensar muito para escrever algo nesse ponto...)
Tem momentos que meus botõezinhos do contra se perguntam se Maria Cesária ( e isso pode ser apenas o reflexo de sua pouca experiencia de vida)ama realmente Augusto, ou se o que ela ama é a idéia de amar Augusto (confuso?). O que meus botõezinhos querem dizer  é o seguinte: na concepção deles de amor, quando se ama uma pessoa, esse amor contempla não apenas as qualidades e acertos do ser amado, tambem é preciso aceitar seus defeitos e erros (entendam não é ignorar, pura e simplesmente aceitar, ou ignorar o que está errado, de forma alguma, quem ama, não vira as costas simplesmente, quem ama procura acertar, solucionar, entender aquilo que está errado e mostrar ao amado onde ele erra, mostrar caminhos, buscar juntos uma solução para aquilo que incomoda)agora quem ama a ideia do amor, não está preparado para um relacionamento de verdade, com uma pessoa de verdade, de carne e osso, que não é nem de longe o herói imaginário de nossos sonhos juvenis, de nossas fantasias romanticas, pessoas de verdade erram mais do que acertam, e é necessario paciencia e compreensão para viver junto delas.
Amar a ideia é bem mais fácil do que amar o real, amar uma pessoa significa conviver com seus defeitos e erros, amar a idéia nos permite que no primeiro tropeço, se coloque um ponto final na relação e o melhor de tudo sair dela sempre tendo razão, afinal quem erra é ele, nunca nós.
Então posso estar errada (com certeza estou e isso para mim não é novidade), mas se é isso que acontece com Maria Cesária, amar mais a ideia do que o homem, só tenho um alerta a fazer, algo que aprendi ao longo de minha vida amorosa: Eles cansam. Um dia eles descobrem que não vale a pena insistir, remar contra a maré. Homens não gostam de estra constantemente se justificando, na defensiva, um dia eles não nos procuram mais... E aí... Eu ainda me pergunto por que eu naõ ouvi, o que ele tinha a dizer, por que não quiscompreender o que ele tentava me dizer naquele dia? Por que fui embora? Porque não voltei para o lugar onde o deixei?... Agora é tarde, só restou o arrependimento, e a incerteza do que poderia ter sido...
Voltando... a filha o rejeita, o novo amor anda em uma  corda bamba sem rede de proteção, e a descoberta da traiçaõ por parte daqueles que lhe deveriam ser fiéis...
E todo mundo se pergunta: Como que ele pode acreditar naquela mulher? É um tolo, bobo, um verdadeiro panaca como já li por aí... talvez ele realmente seja tudo isso e muito mais, se cair de quatro não levante mais... ou talvez seja por que pessoas como ele, com seu tipo de caráter e ética, de indole boa, dificilmente projetem nos outros aquilo que não existe dentro deles mesmos, quem não possui maldade dentro de si, desconhece a maldade dentro dos outros.
Eu e meus botõezinhos jamais iriamos acreditar na Ursula, mas nós não somos bonzinhos, muito pelo contrario, sabemos ser cruéis quando necessário, temos nossa dose de maldade pronta para ser despejada sobre quem atravessar nossos caminhos, costumo brincar que 7 pecados são poucos para mim, já passei por todos e com sobra... desconfio de tudo e todos, e atribuo desavergonhadamentemeus próprios defeitos aos outros, assim nunca sou surpreendida... Mas confesso viver nessa paranóia não é o ideal, e me faz perder grandes  possibilidades...
Sim Augusto foi ingênuo, sim ele errou, em confiar demais em quem não merecia e está pagando bem caro por isso. Traição tem um gosto amargo feito fel, envenena a alma, machuca o coração. Eu só espero que por conta disso ele não se torne em uma pessoa desconfiada, que entre comigo para o clube da paranóia, e se feche para o mundo e para as pessoas. A maior virtude dele sempe foi estar aberto e disponivel a crer nos outros, a permitir a aproximação das pessoas, sempre acreditando que ao ser honrado e decente com os outros eles retribuiriam da mesma forma.
O que chamam de panaquisse eu chamo de decencia, qualidade há muito esquecida...
Mas querem saber de uma coisa, esqueçam tudo o que eu disse (se assim quiserem) afinal o que escrevo tem a mais absoluta influência da minha hipermetropia, talvez eu tenha que me afastar, me distanciar um pouco, para poder enxergar melhor, já que de perto estou vendo tudo distorcido (ou não, vai saber).
Amanha ou depois falo sobre a Ursula e seus comparsas sendo desmascarados...
PS- querem ver que Augusto vai ser culpado por Baldini ter feito Cesária de refém, mesmo ele tendo proposto trocar de lugar com ela.