Era uma vez um lindo e imponente soberano de um reino distante em algum lugar da Europa, um rei muito triste que vivia sozinho apesar de estar cercado de pessoas, o seu coração era solitário,sua alma amargava a dor de haver perdido de maneira trágica sua primeira esposa e sua filha tão esperada. Vivia pelo e para seu povo e nada mais lhe despertava a paixão pela vida.
Um dia um sábio (cientista) de seu reino que há muitos anos morava do outro lado do mundo surgiu no castelo para dizer que sua amada filha perdida estava viva. O soberano não teve dúvidas e acompanhado de sua corte partiu para essa terra distante, a mesma terra onde perdeu o amor de sua vida e seu bem mais precioso: a filha. Com o coração esperançoso chega a seu destino para iniciar as buscas pela princesa perdida. Nosso rei parte animado pelas boas novas de seu velho amigo vem a essa terra que tanto lhe tirou em busca daquilo que perdeu, mal sabe ele que vai encontrar muito mais do que espera. O soberano encontrara a filha e muito mais, encontrara um novo amor para preencher seu coração solitário. Reencontrara a alegria perdida, que lhe aquecera a alma e lhe ensinara de novo a ser feliz.
Mais do que uma história de rei esta é a história de uma menina como muitas por aí, de origem humilde, morando em uma casa pobre, que desconhecia seu valor, linda se imagina feia, escondia seu belo rosto do mundo... Essa menina irá conhecer o amor, através das alegrias e do sofrimento irá se descobrir especial, amada e reverenciada ira se tornar a luz condutora que terminara com a escuridão que envolve esse rei.
Nossa doce menina sertaneja vivia em seu mundo sem uma perspectiva de futuro, sonhava solitária em seu quarto, por companhia um caderno onde através de suas receitas permitia-se viver em um mundo de fantasias... e ela sonhava com fadas e príncipes encantados, com amores e uma vida feliz. Sonhava como toda menina, desejava seu próprio conto de fadas.
Ninguém lhe via, ninguém lhe percebia, trancada e solitária, cresceu sem conhecer muito do mundo, o que sabia era o que ouvia contarem...Observava o mundo de seu canto, não ousava e nem lhe era permitido participar, não era coadjuvante, nem protagonista, era nada...
E ela foi crescendo, foi se tornando moça, moça a quem lhe era negado os mais simples sonhos de qualquer outra, nada de vestidos bonitos, de enfeites de cabelo, das coisas que as meninas tanto gostam. Tímida e insegura sua única confidente era a mãe, que mesmo em sua esperança materna não conseguia libertar a filha de seu casulo...
Mas um dia... Apareceu seu cavaleiro em um cavalo branco, seu herói encantado, e a noite fez-se dia...

As portas de sua prisão foram abertas, e ela saiu para o mundo, seu talento foi requisitado, nossa menina fada, foi trabalhar em um palácio, onde encantou a todos com a mágica de seus temperos...
E sem que ela pudesse esperar, sem nem mesmo ter ousado sonhar com isso, desperta a paixão adormecida no coração de um rei solitário...
Foi no primeiro olhar, que nasceu o mais puro dos sentimentos, o encontro de duas almas sofridas que embora de mundos diferentes se completavam
E assim nosso rei encontra muito mais do que estava buscando, encontra a felicidade e o mais puro dos sentimentos: o amor.
O amor estava a espera do soberano, na figura de uma singela moça do interior, que vivia presa não em uma torre (como Cinderela), mas em um humilde casebre, com um pai que mais parecia um dragão cuspindo fogo e desprezo para a menina . Mas o destino escreve sua própria historia, e traça caminhos estranhos para serem cumpridos, quem poderia dizer que a humilde cozinheira encantaria o rei com sua simplicidade, quem poderia dizer que o rei se renderia a essa moça, e se permitiria amar outra vez.
O destino é misterioso, e age a sua própria maneira para cumprir seus desígnios.
Um dom especial a fez ir trabalhar no palácio, lá com sua magia de fada nossa cinderela despertou no rei sentimentos há muito adormecidos, o desejo de conhecer quem lhe devolveu a felicidade fez nosso rei ir reverenciar a dona de tanto talento...
E eis que a mágica se faz, e o destino se cumpre, a partir desse primeiro contato, do primeiro olhar o mundo de nosso rei e de nossa criada nunca mais serão os mesmos, eles não serão os mesmos... Suas vidas solitárias encontraram término, suas almas serão recompensadas, através do divino encontro de seus corações.
O amor não conhece regras sociais, não reconhece diferenças culturais, não vê aparências, não percebe limites... O amor é só amor e quando ele chega arrebata, transforma, inebria.
Como uma ninfa encantada, sua inocência e simplicidade encantam nosso rei que cioso de suas responsabilidades, resiste a aceitar o que seu coração já sabe, mas a razão nem sempre manda no coração, no amor verdadeiro ele é soberano, e nem mesmo um rei pode evitar de se curvar a ele... O coração tem suas próprias regras, ele desconhece o tempo, desconhece a razão é senhor dos seus desejos rei de suas vontades.
Nossa gata borralheira não perde o sapatinho de cristal, numa atitude ousada ela entrega seu coração de moça aquele que se transforma em seu herói. Seu paladino em cavalo branco, seu salvador que a liberta das misérias de sua existência, que avança contra o dragão de sua infelicidade.
E não há mais retorno, mesmo com todas as dificuldades, com todos os obstáculos, esses dois corações não mais irão ignorar a necessidade de estarem juntos... Cada novo olhar, cada novo toque é o despertar de seus corações.
Cúmplices no segredo de seu amor, vão construir lentamente as pontes que unirão seus dois mundos, no silencio de seus olhares se prometeram amor eterno, no encontro de seus corpos a certeza de suas escolhas... E a força necessária para superarem juntos todas as dificuldades desse amor encantado. Contra a maldade alheia o afeto, contra a inveja a ternura, contra os obstáculos a confiança, contra a incerteza o amor verdadeiro.






E nessa linda fantasia, nesse lindo encontro de amor, nossa menina humilde e solitária encontrou seu rei, despertou para a vida, tornou-se mulher nosso nobre rei, aprendeu sobre a vida, redescobriu valores esquecidos, reencontrou o amor...


Nossa história não acaba aqui...ela continua em uma terra distante com um rei que se rendeu a uma criada e ira transforma-la em sua rainha, companheira de sua alma, dona de seu coração, senhora absoluta de seu corpo. Sua Bem Aventurada Maria, amor de sua vida, sua predestinada, sua ventura...
Nesse poema de amor, nessa odisseia de sentimentos uma criada torna-se rainha, um rei descobre-se humilde, duas almas encontram a razão de seu existir...
Abençoado quem ama, bendito quem é amado...
Vida longa ao nosso casal real, amor eterno para nossas lembranças...
Isso não é o final... Mas é feliz!
Quando Assim
Quando eu era espera,
Nada era, nem chovia, nem fazia;
Só senti que a calma, não acalma
Quando só há solidão.
Quando eu era estrela
Era inteira na mentira que eu dizia
Ser o que não era,
Convencia, dentro da minha ilusão
Nada era, nem chovia, nem fazia;
Só senti que a calma, não acalma
Quando só há solidão.
Quando eu era estrela
Era inteira na mentira que eu dizia
Ser o que não era,
Convencia, dentro da minha ilusão
Quando eu fui nada,
Faltou nada, tudo pronto pra escrever
Faltou nada, tudo pronto pra escrever
Eu não sabia buscar,
Foi quando apareceu,
O que eu quis inventar,
Pra preencher o meu mundo particular,
No peito que era seu
No seu mundo não há
Mais nada que não eu,
Já sei dizer que o amor pode acordar.
Foi quando apareceu,
O que eu quis inventar,
Pra preencher o meu mundo particular,
No peito que era seu
No seu mundo não há
Mais nada que não eu,
Já sei dizer que o amor pode acordar.