SEGUINDO A VIDA...

PEDINDO licença ao mestre faço minhas suas sábias palavras, para explicar por quais caminhos este blog segue;
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma /Com toda a cama, com toda a lama /Mesmo com o nada feito, com a sala escura /Com um nó no peito, com a cara dura /Não tem mais jeito, a gente não tem cura /Mesmo com o todavia, com todo dia /Com todo ia, todo não ia /Mesmo com toda cédula, com toda célula /Com toda súmula, com toda sílaba /A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !
vamos levando essa vida...

sábado, 20 de agosto de 2011

Parabéns para nós...

O titulo está mais do que certo, os parabéns são todos nossos por termos o rpivilégio de ter tanto talento no cenário artistico e por esse talento vir acompnhado de uma alma tão nobre...

Amanhã  21 de Agosto é aniversario de nosso adorado e idolatrado Carmo Dalla Vecchia, já falei tanto dele e de seu personagem esses últimos meses que confesso,me deu um branco justamente agora... Mas nas minhas investigações pelo mestre Google, encontrei duas preciosidades... Não bastasse tudo de bom que ele é, ainda vem me dar uma mãozinha nessa hora de crise... Como não amar essa pessoa... e não estou falando de amor  Homem-mulher,estou falando daquele amor que deveríamos ter por toda criatura viva, aquele amor que Jesus pretendia para a humanidade :” amai-vos uns aos outros”...Me refiro ao amor nascido da admiração e do respeito...
Leiam o que encontrei, da época em que nosso querido era tão viciado em internet quanto alguns de nós (eu assumo!),e vejam que linda alma ele tem...
TIVE MUITA SORTE NA VIDA, TENHO UM AVÔ QUE VENDIA DOCES.
Quando eu comecei a inventar o meu mundo, meu avô já estava lá há algum tempo. Ele sempre me disse o que seu espírito gozador e brincalhão aprontava com seus amigos. Não podia ter imagem melhor dele que não fossem risos, alegrias, cócegas, um Pai Nosso ensinado em alemão, muitos jogos de cartas e muitos doces...
Doces... Doces... Muitos doces... balas, pipoca doce, sorvete seco, pirulitos, suspiros fantásticos, chocolates. Tive muita sorte na vida, tenho um avô que vendia doces que eram carregados por uma Kombi. Ele distribuía toda a espécie de guloseimas açucaradas pelos arredores da cidade de Carazinho. Era a minha “Fantástica Fabrica de Chocolate” particular.
Hoje ele já tá se despedindo da gente, da nossa família, de mim, dos seus colegas de jogos – poucos ficaram, a maioria já viajou.
Muito maior que a partida é a continuidade dele em todos nós que ainda estamos aqui e as histórias que ele deixou nas nossas vidas.
Tá certo, nem todas são risadas e doces, mas isso sinceramente não importa para mim. Há poucos dias fui para Carazinho vê-lo.
Dessa vez ele não me deu doces, me deu um cofrinho cheio de moedas antigas. A idade deixou o homem um pouco ansioso e ele achava que tinha que me deixar algo, caso resolvesse partir sem avisar. Faz mais de dez anos que me tornei budista, por isso nunca mais rezei o “Pai Nosso” que ele me ensinou em alemão. Mas aprendi a entender que o único lugar de onde podem vir as lagrimas é da saudade e não do lamento. Nossa vida existe eternamente e é inextinguível. Mal ele sabe que o grande pacote de pipocas doces que varias vezes me deu, deixaram um doce no meu coração que de tão melado nunca mais saiu. Taí a foto dele. Ele é o do meio com pinta de galã. Não era ator não, era mais uma das brincadeiras dele.
Escrito em:28/11/2007 por Carmo Dalla Vecchia.

Preciso confessar que ao terminar de ler estava em lágrimas, suas palavras me fizeram recorar duas pessoas que amei e amo muito: Meus avós, já falecidos mas que me deram tudo... me acolheream, amaram e ensinaram a ser gente... saudade do veio João Machado, do seu jeito sério, dele dizendo: _”Em certa ocasião...” para iniciar uma história surreal, que desconfiamos ser mentira de tão fantástica que era...Saudade da veia Delma,minha amiga e cúmplice, o oposto do vô, a minha Téta (eu a chamava assim...) saudade da sua paciência e tolerância,do seu amor pelos animais... a casa está vazia,mas o coração cheio de lembranças...


ELES NÃO NOS QUEREM LÁ
Em novembro, logo após terminar de gravar “Cobras & Lagartos”, fui a nova York. Passei por lá um mês. Conheci também Las Vegas e Los Angeles e me senti muito mal tratado. No avião de volta, completamente indignado, comecei a escrever uma carta que chamei de “Eles Não Nos Querem Lá” e estava decidido a publicá-la de qualquer forma. Mas aí, me vi meio ranzinza, guardando uma mágoa boba de um lugar que apesar de ser familiar – nascemos já com chips de filmes, comida, ícones, inglês na escola – não pretendia retornar tão cedo. Até me senti meio culpado, vai que foi porque meu inglês não é tão bom assim e não pude me comunicar tão bem... vai que tive pouca sorte lá.... Só que depois de passa por França e Itália, voltou um pouco na lembrança os maus tratos, pois afinal nesses outros dois paises passei por situações similares mas com um tratamento completamente diferente e resolvi enfim publicar a tal carta no meu blog. Aí vai:
ELES NÃO NOS QUEREM LÁ
Estou na fila da lanchonete. Esta chegando a minha vez de dizer o que eu quero comer. Momento de tensão. Preciso falar rápido, muito rápido ou a garçonete do caixa vai me olhar feio, como se eu fosse um animal estranho e desagradável, incapaz de acompanhar o ritmo frenético da vida americana. A impressão que tenho é que o meu filme esta em câmera lenta e o deles em fast-forward. Atrás da fila a moça americana do norte, ainda muito jovem, sem razão aparente para essa pressa toda, grunhe:
“Too slow, too slow.” A brincadeira é essa: pra que relaxar se você pode tensionar a vida mais, cada vez mais, até o limite do insuportável. Não é a toa que essa é a terra mãe da depressão e da ansiedade. Você liga a TV e vê um anúncio de antidepressivos, em seguida um outro comercial onde o locutor pergunta: você não tem ninguém pra processar? Nós temos os melhores advogados. Processe já. Num outro canal, há uma campanha para orientar o que eles chamam de gastadores compulsivos, que não conseguem controlar suas despesas, estourando os limites dos seus cartões de credito. Logo depois vemos uma promoção de uma lareira digital, onde crepitarão chamas eternas e virtuais na sua TV de plasma, dando a impressão de que estão aquecendo seu lar completamente vazio de vida.
O mundo material é perfeito. As maçanetas são perfeitas. Os copos são perfeitos. A água que você bebe vem de rios exóticos da Polinésia. O bife vem do Japão e não tem nervos, é macio como um pudim. É o reino da coisificação. Mas infelizmente as relações humanas deixam muito a desejar. A caixa do supermercado desabafa: “Eu nasci em NY, infelizmente. Você tem sorte de ter nascido no Brasil”. Não deve ser a opinião do diretor do filme “Turistas Go Home”. Nessa película grotesca que assisti por curiosidade em NY, nosso povo é categorizado como sendo basicamente formado por prostitutas, assaltantes e ladrões de órgãos humanos. Discordo da corrente que rola na internet querendo fazer um boicote ao filme. Pelo contrário, acho que todos devíamos ver para entender a visão preconceituosa que os americanos tem do Brasil. Nas palavras de um dos personagens do filme: “Você vem pro Brazil achando que vai encontrar diversão, gente bonita e praia e acaba caçado por assassinos como um animal”. Quanta injustiça. Nosso povo é doce e carinhoso, sobretudo com os estrangeiros. “Turistas Go Home” deveria ser o nome do filme sobre um brasileiro que visita os EUA. A cada momento, a cada olhar, a cada frase, no mutismo agressivo dos taxistas, os americanos do norte parecem dizer que não estão contentes com a nossa presença ali. O cúmulo foi um táxi que peguei. O taxista disse que não iria me deixar onde eu queria mas me deixaria muito próximo pois esse era o trajeto da casa dele. Era praticamente um favor que me prestava. Um favor pago em dólares.
Fui assistir a belíssima performance de Julianne Moore no teatro. No palco era discutida justamente a virulência do império americano, a guerra no Iraque. Havia uma senhora muito afetada sentada atrás de mim, usando um chapéu pomposo e antiquado. Subitamente ela agarrou meu pescoço e ombros e disse firmemente no meu ouvido: “Cabeça parada! Assim não consigo ver o espetáculo.” Ela sequer queria que eu me movimentasse na cadeira. Mas aos poucos fui me dando conta da absurda violência quando a ouvi dizer: “Olha a cara dele, vê se eu consigo me comunicar com alguém que se apresenta assim. É isso que dá, qualquer um paga 50 dólares e tem o direito de se sentar num teatro como esse.” A impaciência e o preconceito por não sermos iguais a eles nos fazem sentirmos como intrusos num lugar em que não conhecemos os códigos.
Tempo é dinheiro e por isso é preciso ter pressa. No Central Park a mulher faz jogging ao mesmo tempo que empurra o carrinho do bebe. A pobre criança chora em bicas incomodada com a vertigem daquela estranha montanha russa. Deve ser assim que se fabrica mais um americano estressado. Mas a mãe não pode parar, ou então seus batimentos cardíacos caem e ela deixa de queimar os seus carboidratos. Pobre mulher. Precisava conhecer a Bahia. Precisava que alguém lhe dissesse no ouvido com a voz melosa de um soteropolitano: Relaxe!
Meu avião pousa no Rio. Respiro aliviado. Reconheço na pele a brisa quente e úmida do trópico. Apanho um táxi. Depois de acostumar a vista com a riqueza e elegância Nova Iorquina, os problemas do terceiro mundo gritam aos olhos: miséria e mais miséria, violência, desigualdade social, os edifícios cada vez mais feios parecendo banheiros gigantes. O motorista do táxi resolve me contar a sua vida toda no trajeto até a minha casa. Quando ele me deixa na minha porta já sei que sua mulher tem um amante. Nessa parte de baixo da América, ao contrário da parte de cima, é impossível passar incólume entre os seres humanos.
Afinal estamos aqui para nos relacionar. Ainda bem. Nada como voltar ao Brasil para reconhecer o valor maior que a vida tem
aqui: o calor humano, a troca permanente da gente que vive aqui. Agora entendo melhor quando Tom Jobim dizia: “Viver no primeiro mundo é uma maravilha, mas é uma M... Viver no Brasil é uma M..., mas é uma maravilha.”
Escrito em:2/11/2007 por Carmo Dalla Vecchia
Só um comentário:Muito orgulho alheio desse ser humano.

 Parabéns Carmo, nosso rei amado, Parabéns fãs, e por seus ídolos que conhecemos as pessoas...