SEGUINDO A VIDA...

PEDINDO licença ao mestre faço minhas suas sábias palavras, para explicar por quais caminhos este blog segue;
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma /Com toda a cama, com toda a lama /Mesmo com o nada feito, com a sala escura /Com um nó no peito, com a cara dura /Não tem mais jeito, a gente não tem cura /Mesmo com o todavia, com todo dia /Com todo ia, todo não ia /Mesmo com toda cédula, com toda célula /Com toda súmula, com toda sílaba /A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !
vamos levando essa vida...

sábado, 27 de agosto de 2011

COMPLEXO DE CINDERELA?

Já há alguns dias, tenho me perguntando sobre que sentimentos ou emoções a atual fase de nosso casal cacheado tem me despertado... Busquei na música, poesia, literatura, cinema e não consigo achar a definição para o que tenho sentido quando os vejo, sei o que sinto mas não consigo dar um nome... As palavras me fogem... mas não se assustem, é um sentimento bom, que aquece, acolhe, é gostosinho de sentir, me da uma paz e talvez por isso nessa reta final eu esteja tão tranquila...
Já pensei, já procurei e... Nenhuma palavra consegue dar conta exata do que quero dizer. Já passamos por tantos sentimentos com nosso casal: expectativa, surpresa, paixão, raiva, frustração, melancolia, alegria, felicidade, tristeza...
Eu confesso que nem lembrava mais deles. Há alguns anos, por razões nem vem ao caso, decidi guardar minhas emoções em uma prateleira emocional, cada um no seu devido potinho, bem lacrados... È... Eu havia desistido, era muito mais fácil e cômodo assim...
Aí surge esse casal, que sem pedir licença, bagunça minha prateleira e abre meus potinhos... Me tiram do meu lugar de conforto e me forçam a fazer o que eu não queria...Analisar, confrontar meus sentimentos, reavaliar minhas emoções...
Lembro das primeiras semanas, um choque!... Não podia falar ou pensar no casal que logo me emocionava... Ainda me emociono é bem verdade, mas na época depois de tanto tempo adormecida, eu me sentia incomodada, desconfortável com a situação...
Fui levada a reconhecer, que como o resto da humanidade, por mais que eu negasse, sim eu queria aquilo, queria me apaixonar outra vez, amar e ser amada, queria encontrar alguém, ao contrario do que sempre disse eu não era tão autossuficiente assim e precisava sim de alguém para dividir minha vida...
Depois vieram os primeiros sofrimentos, os primeiros obstáculos, tristeza, raiva, frustração, onde eu dizia: Jamais diria isso, nunca faria aquilo... Então não pude mais fugir, ou negar, fui forçada a me confrontar com o que estava me incomodando, com o que me dava medo... E querem saber?... Foi libertador...
Através dessa ficção aprendi um pouco mais sobre mim mesma, me reavaliei, marquei um encontro comigo mesma,  e dessa vez compareci...e mais, gostei desse encontro...ou melhor desse reencontro...
Nós amamos e sofremos junto com o casal, cada sorriso é como se fosse direcionado a nós, cada lagrima era como se partisse de nossos corações..
E que frustração não vê-los, não participarmos de seu amor, sim por que é essa a sensação, nós amamos juntos: o casal e nós...
Que aflição as poucas cenas, que angustia os poucos minutos... Mas quem precisa de ua hora se em apenas 2 SEGUNDOS , são capazes de nos levar ao paraíso...
È a cena durou mais do que isso é bem verdade, mas foram os 2 segundos inicias, uma piscada de olhos, que coloriu nossa semana, que valeram pela semana toda de frustração.
Não houve palavras, aliás, de uns tempos para cá nosso lindo casal nem precisa mais delas, basta o encontro de seus olhos e já sabem o que o outro esta pensando ou sentindo... Apenas a cumplicidade apaixonada ( by Patricia) dos segredos compartilhados no olhar, das promessas feitas no sorriso, da entrega revela no toque carinhoso...
 Quem precisa de uma hora se em dois segundos eu vejo o amor materializado nas figuras desse casal. ?..Quem precisa de uma hora se em dois segundos sou convencida de que amor existe. ?..
Como definir as mãos que não se afastam os olhares que se buscam, o carinho instintivo, a necessidade de estar sempre próximo, o silencio que diz tudo... Não sei mais onde começa um e termina o outro, assim como me falta a palavra exata para definir meu sentimento...

Mas isso também não faz  falta, em nada interfere nas certezas que adquiri através de nosso casal...
Eu pertenço a uma geração que cresceu sob as abas de um livro chamado Complexo de Cinderela, toda mulher moderna da década de 80 deveria ler , e transmitir seus conhecimentos as menininhas como eu... Eu li duas páginas apenas e coloquei de lado, mas o estrago já estava feito... O conceito não era novo, a surpresa foi a quantidade de adesão ao que se supunha a teoria estivesse nos revelando...
E lá se foram 30 anos lutando contra o tal complexo, rejeitando toda e qualquer possibilidade de assumir um papel de princesa indefesa, princesa... Só se fosse Xena a princesa guerreira, e assim matar com as próprias mãos os dragões que nos ameaçassem... Negando a proteção  e assumindo o papel do príncipe...Se por um lado foi positivo, por outro algumas pessoas, assim como euzinha interpretaram do jeito que quiseram aquilo que leram.
Ser uma mocinha frágil, presa em uma torre por uma bruxa malvada: Jamais.
Ser inocente a ponto de ser enganada por uma velha horrorosa com uma maça: Nunca.
Desconfiar sempre, lutar eternamente. Ser sempre forte, nunca demonstrar fragilidade, ceder jamais... Autossuficiência era a palavra de ordem...
Esqueci que a fragilidade é que nos torna fortes, que precisar de alguém não é vergonha, que a ternura não é piegas, que ser cuidada não é ser dominada...
Li apenas duas páginas e passei a me considerar a mulher maravilha...
Repeti até acreditar que não queria ser cinderela, que não iria esperar o príncipe... Antes houvesse esperado...  Sai por aí  pegando sapos  na tentativa de transforma-los naquilo que eu imaginava ser o ideal... Obvio que não deu certo....
Foi preciso surgir Maria Cesária para que se fizesse a luz, para que eu pudesse me olhar no espelho e admitir o que eu estava negando a mim mesma...Eu quero ser cinderela...
Maria Cesária me provou por A + B que fragilidade e força fazem parte da mesma moeda, medo e coragem são forças complementares, que ternura combina com firmeza, que ser salva da torre nos permite crescer....
Ser cinderela não é viver num mundo de fantasias, mas saber combinar necessidades com querer, é ver o mundo como ele é sem perder o encanto por ele.
Ser independente e livre, não é lutar contra o príncipe mas sim lutar com ele...
Aguardar o tal encantado, não é acomodar-se mas sim saber a hora certa de fazer acontecer...então é isso sem complexo algum, eu quero ser Cinderela... Rapunzel... Bela...