SEGUINDO A VIDA...

PEDINDO licença ao mestre faço minhas suas sábias palavras, para explicar por quais caminhos este blog segue;
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma /Com toda a cama, com toda a lama /Mesmo com o nada feito, com a sala escura /Com um nó no peito, com a cara dura /Não tem mais jeito, a gente não tem cura /Mesmo com o todavia, com todo dia /Com todo ia, todo não ia /Mesmo com toda cédula, com toda célula /Com toda súmula, com toda sílaba /A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !
vamos levando essa vida...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

SIMPLES ASSIM...

Nós seres humanos temos a tendencia de dar nome a tudo, conceituar tudo, discriminar tudo e todos este é isso, aquele é aquilo... Rótulos me incomodam, talvez por que eu nunca ache o meu rótulo certo... è como diz o mestre Raulzito, um malucão de marca maior ( rótulo...) mas que em suas músicas disse muito do que eu queria dizer... Em uma de suas músicas ele diz: " Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo..." talvez por levar tão a sério essa frase é que eu não consiga achar meu rótulo...
Mas isso me preocupa???? Nem um pouco, por mais estranho que possa parecer adoro mudar de opinião, basta surgir um bom argumento, estou sempre em busca de mais, ou de algo diferente...  Embora eu tenha minhas firmes convicções, onde a prinicpal delas é: Se não interfere na minha vida, não me prejudica e faz alguém feliz, sem causar danos a terceiros... Quem sou eu para dar pitaco...
Eu fico me perguntando se desejo ou não ter um rótulo... E assim ir para a prateleira dos enlatados, ou dos ortifrutigranjeiros... Eu hein...
È como dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade no Poema de Sete Faces: Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Meu anjo me ordenou ser torta e torta assim eu sou...
A cada novo passo que dou, vou me redescobrindo e reaprendendo...
Eu sei que disse que não íria escrever nada que fosse muito sério... Mas é Dezembro né? Inevitavelmente sempre paro um pouco para me reavaliar durante o ano que foi...
E embora o tom um tanto sério estou feliz e aliviada, redescobri a Lili, aquela que nunca quis ser nada, para poder se reinventar todos os dias, e isso tem me feito olhar a vida com uma sede que a muito não tinha...
Para quem estava de saco cheio com tudo, agora eu quero tudo... Do melhor e do pior, pois descobri que posso enfrentar qualquer problema, aprendi de onde tirar forças...
Mas vejam só isso comecei esse post por que queria esclarecer uma coisa: Eu não sou uma pessoa religiosa, não frequento templo, ou seita... Alguns me chamam de atéia, o que não sou, pois acredito em Deus, outros dizem que sou agnóstica mas voltando ao poeta Drummond : agnóstico é quem não acredita em Deus até precisar e... Gente isso é muito feio e não faz parte de minha indole...
Foi no meu pouco tempo de faculdade de Filosofia que aprendi a respeitar essa força cósmica, que gerou o mundo, que é responsável por esse mundo que vivemos, que pode explicar aquilo que ciência nenhuma explica...
Isso tudo me faz retornar á minha infância ... Um dia assisitindo ao programa Video Show, ainda apresentado por Miguel Falabella no encerramento do programa ele recitou o trecho de um poema que marcou minha vida e desde então sempre que me perguntam se eu acredito em deus eu repito, ou tento repetir o trecho que eu ouvi... Graças a internet eu encontri o poema inteiro e agora eu coloco ele na integra para voces.

Era uma vez...
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta
Dizendo-me, Aqui estou!
(...)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e o sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Porque lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.
Alberto Caeiro.

Então é isso ... È simples assim... Não gosto de rótulos, pois não me enquadro em nenhum deles e sempre sinto que estou com defeitos de fábrica, como sou uma pecadora contumaz procuro sempre evitar a primeira pedra...
E como diz o mestre Cartola... ( vejam como é dificil me enquadrar???... Samba, pagode, rock, Mpb, òpera... è o verdadeiro samba do crioulo doido...): Na voz da diva Marisa Monte...


 


Então é simples assim... Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar... E se não achar... vou continuar procurando e procurando...