SEGUINDO A VIDA...

PEDINDO licença ao mestre faço minhas suas sábias palavras, para explicar por quais caminhos este blog segue;
Mesmo com toda a fama, com toda a brahma /Com toda a cama, com toda a lama /Mesmo com o nada feito, com a sala escura /Com um nó no peito, com a cara dura /Não tem mais jeito, a gente não tem cura /Mesmo com o todavia, com todo dia /Com todo ia, todo não ia /Mesmo com toda cédula, com toda célula /Com toda súmula, com toda sílaba /A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !
vamos levando essa vida...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ESCLARECENDO; AH EU SOU GAUCHO....

ESCLARECENDO...
Primeira coisa... dificilmente tomo chimarrão, na minha casa só sou e minha mãe e chimarrão para duas pessoas não tem graça, bom mesmo é quando tem mais de  4 pessoas ...
Segunda coisa falar mal do chimarrão gaúcho é a mesma coisa que chamar a mãe de um dos meus conterrâneos de china de arrasto ( o que significa que é uma mulher que qualquer um leva, a famosa dama da noite...)
E agora os esclarecimentos: a lenda.
Conta a lenda da Erva–Mate que um velho guerreiro guarani vivia triste em sua cabana pois já não podia mais sair para as guerras, nem mesmo para caçar e pescar, vivendo só com sua linda filha yari, que o tratava com muito carinho, conservando-se solteira para melhor dedicar-se ao pai.
Um dia, Yari e seu pai receberam a visita de um viajante que pernoitou na cabana recebendo seus melhores tratos. A jovem cantou para que o visitante adormecesse e tivesse um sono tranqüilo, entoando um canto suave e triste.
Ao amanhecer, o viajante confessando ser enviado de Tupã, quis retribuir-lhes a hospitalidade dizendo que atenderia a qualquer desejo, mesmo o mais remoto. O velho guerreiro, sabendo que sua jovem filha não se casara para não abandoná-lo, pediu que lhe fosse devolvidas as forças, para que yari se tornasse livre.
O mensageiro de Tupã entregou ao velho um galho de árvore de Caá, ensinando-lhe a preparar uma infusão que lhe devolveria todo o vigor. Transformou ainda Yari, em deusa dos ervais e protetora da raça Guarani, sendo chamada de Caá-Yari, a deusa da erva-mate. E assim, a erva foi usada por todos os guerreiros da tribo, tornando-os mais fortes e valentes.
Quando os espanhóis por aqui chegaram, encontraram os índios guaranis dóceis e receptivos, já então utilizando uma bebida que sorviam em cabaças por meio de um canudo, preparada, com folhas de uma árvore nativa da região – chamada cáa – dizendo que esta lhes havia sido dada pelo deus Tupã. De imediato os espanhóis adquiriram este hábito e passaram a tomar o chimarrão, desde os soldados até oficiais, sem distinção de classes sociais.
O que a wikipédia diz:
O chimarrão (ou mate) é uma bebida característica da cultura (  do sul da América do Sul. É um hábito legado pelas culturas indígenas quíchuas, aimarás e guaranis. Ainda hoje, é hábito ) hábito, não vicio)  fortemente arraigado no Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), parte da Bolívia e Chile, Uruguai, Paraguai e Argentina.
É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate moída e água quente ( não fervida).
O termo mate, como sinônimo de chimarrão, é mais utilizado nos países de língua castelhana. O termo "chimarrão" é o adotado no Brasil, embora seja um termo oriundo da palavra castelhana cimarrón, que designa, por sua vez, o gado domesticado que retornou ao estado de vida selvagem.
O chimarrão é montado com erva-mate moída, adicionada de água morna. Tem gosto mais ou menos amargo, dependendo da qualidade da erva-mate, que, pronta para o uso, consiste em folhas e ramos finos (menos de 1,5 mm), secos e triturados, passados em peneira grossa, de cor que varia do verde ao amarelo-palha, havendo uma grande variedade de tipos, uns mais finos, outros mais encorpados, vendidos a diversos preços.
Um aparato fundamental para o chimarrão é a cuia, vasilha feita do fruto da cuieira ou do porongo, que pode ser simples ou mesmo ricamente lavrada e ornada em ouro, prata e outros metais, com a largura de uma boa caneca e a altura de um copo fundo, no formato de um seio de mulher (no caso do porongo) ou no de uma esfera (no caso da cuieira). Há quem tome chimarrão em outros recipientes, mas a prática é geralmente malvista.
O outro talher indispensável é a bomba ou bombilha, um canudo de cerca de seis a nove milímetros de diâmetro, normalmente feito em prata lavrada e muitas vezes ornado com pedras preciosas, de cerca de 25 centímetros de comprimento, em cuja extremidade inferior há uma pequena peneira do tamanho de uma moeda e, na extremidade superior, um bocal, muitas vezes executado em ouro.
O chimarrão pode servir como "bebida comunitária", apesar de alguns aficionados o tomarem durante todo o dia, mesmo a sós. Embora seja cotidiano o seu consumo doméstico, principalmente quando a família se reúne, é quase obrigatório quando chegam visitas ou hóspedes. O chimarrão é símbolo da hospitalidade sulista: quem chega como visita em uma casa dessa região, é recebido logo com uma cuia de chimarrão. Então assume-se um ar mais cerimonial, embora sem os rigores de cerimônias como a do chá japonês.
A água não pode estar em estado fervente, pois isso queima a erva e modifica seu gosto. Deve apenas esquentar o suficiente para "chiar" na chaleira. Enquanto a água esquenta, o dono (ou dona) da casa prepara o chimarrão.
Há quem diga que isso acaba estabelecendo a hierarquia social dos presentes, mas é unânime o entendimento de que tomar chimarrão é um ato amistoso e agregador entre os que o fazem, comparado muitas vezes com o costume do cachimbo da paz. Enquanto você passa o chimarrão para o próximo bebê-lo, ele vai ficando melhor. Isso é interpretado poeticamente como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado e, consequentemente, às outras que também irão beber o chimarrão.
Nesse cenário, o preparador é quem é visto mais altruisticamente. Além de prepará-lo para outras pessoas poderem apreciá-lo, é o primeiro a beber, em sinal de educação, já que o primeiro chimarrão é o mais amargo. Também é de praxe o preparador encher novamente a cuia com água morna (sobre a mesma erva-mate) antes de passar cuia, para as mãos de outra pessoa (ou da pessoa mais proeminente presente), que, depois de sugar toda a água, deve também renovar a água antes de passar a cuia ao próximo presente. Não se esqueça de tomar o chimarrão totalmente, fazendo a cuia "roncar". Se considera uma situação desagradável quando o chimarrão é passado adiante sem fazer roncá-lo.
E como não faltar os 10 mandamentos do chimarrão:
Apesar de simples e informal, a roda de chimarrão tem suas regras. Verdadeiros mandamentos, que devem ser respeitados por todos. Se você é iniciante ou está redescobrindo o costume, observe esses pontos relacionados com boa dose de humor:
 
1- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, cocaína, feldspato, dollar, etc... mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
2- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
Comentário meu: depois nós não ficamos pensando onde voce pos a boca, se fossemos considerar isso ... JAMAIS iriamos oferecer algo tão importante para nós como o nosso chimarrão ( depois o povo fica falando que nós gauchos é que somos preconceituosos,,, fala sério...)
3- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
4- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
5- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado (fazendo pose de assumida).
6- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
7- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
8- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
9- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando... E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quizeres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.
10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela etc... etc...

Apesar de simples e informal, a roda de chimarrão tem suas regras. Verdadeiros mandamentos, que devem ser respeitados por todos. Se você é iniciante ou está redescobrindo o costume, observe esses pontos relacionados com boa dose de humor:
E agora os prós e contras:
Componentes da erva-mate
A erva-mate é formada por diversos componentes. Entre eles, pode-se destacar:
Água, celulose, gomas, dextrina, resina aromática
Alcalóides: cafeína, metilxantina, teofilina e teobromina
Celulose
Glicídeos: frutose, glucose, rafinose e sacarose
Lipídeos: óleos essenciais e substâncias ceráceas
Proteínas: aminoácidos essenciais
Sais minerais: alumínio, cálcio, fósforo, ferro, magnésio, manganês e potássio
Taninos: ácidos fólico e caféico
Vitaminas: A, B1, B2, C e E
Benefícios da erva-mate
Pesquisas feitas com a erva-mate sugerem os seguintes efeitos benéficos:
Estimulante da atividade física e mental
Estimula a circulação
Aumenta o ritmo cardíaco
Facilita a digestão
Favorece a evacuação (fezes) e a micção (urina)
Promove a regeneração celular
Elimina estados depressivos
Aumenta a resistência de músculos à fadiga
Aumenta a força muscular
Desenvolve as faculdades mentais
Tonifica o sistema nervoso
Regulariza a respiração
Facilita a digestão
Promove sensação de bem-estar e vigor
Regula as funções sexuais
Efeitos cosméticos na pele
Previne a arteriosclerose
Melhora a memória
Previne gripes e alergias
Diurético
Diminui o colesterol e triglicerídeos
Aumenta o gasto energético
Favorece o emagrecimento
Previne a doença de Parkinson
Malefícios da erva
O consumo da bebida muito quente pode levar a lesões na parte interna da boca e da garganta, o que pode favorecer a formação de tumores (câncer de esôfago). Além disso, também pela temperatura, há a possibilidade de lesão nas papilas gustativas, causando uma perda parcial do paladar.
Diminui a absorção de ferro, devendo ser evitada por pessoas com anemia. Pode também aumentar a pressão, devendo ser evitada por hipertensos.
Câncer de garganta
O tumor no esôfago, ou câncer de garganta, não é causado pela erva-mate e sim pela alta temperatura da bebida.
Chimarrão x Café
Se o chimarrão contém cafeína como o café, tanto faz tomar qualquer um dos dois, certo? Errado. O efeito estimulante do chimarrão dura mais tempo que o do café. Além disso, não apresenta efeitos colaterais como insônia, palpitação, agitação e irritabilidade.
Tomar gelado, morno ou quente?
A erva-mate gelada é chamada de tererê, e não chimarrão. Apesar de fazer parte da tradição paraguaia, e não tanto da gaúcha, é uma boa alternativa para quem tem medo do câncer de esôfago ou, como eu, não gosta de bebidas quentes. A temperatura ideal para o chimarrão é entre 70 e 80°C, ou seja, a água não deve ferver. Nessa temperatura, os riscos de lesão são um pouco menores do que utilizando a água fervendo.
Então é isso...
Tem uma série de coisas que não gosto e não entendo em outras cculturas, mas eu sempre procuro respeitar....
Apesar de todos os defeitos ( e são muitos...) amo muito meu estado... embora não seja uma gaúcha tradicional respeito demais as tradições da minha terra...
Mas o não entendimento de nossa cultura pelo resto do Brasil é explicado por nossa colonização, talvez isso explique por que nos sentimos tão mais próximos dos nossos Hermanos paraguaios, uruguaios e argentinos do que de um paulista ou carioca.., Nossa origem é espanhola e não portuguesa.
O não entendimento de nossa cultura e de nossa maneira de viver é que leva alguns grupos a desejar a separação do resto do Brasil...
Não faço parte desses grupos, perdemos nossa chance de virar país na Revolução farroupilha ( 1835 -1845), agora é tarde...
Me desculpem o desabafo, mas meus botõezinhos não iriam descansar enquanto eu não escrevesse isso...
Uma última observação: acho o chimarrão a coisa mais democrática que esxiste, pois ele não discrima homens, mulheres, crianças, negros, homossexuais, todos tem direito a participar , todos estão convidados a roda de chimarrão...